sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Rui Machado concedeu-nos uma entrevista bastante interessante

Rui Machado, nº1 nacional e melhor português de todos os tempos, concedeu ao blog "Rui Machado" uma bela entrevista e estou desde já bastante agradecido ao Rui. Espero que gostem.





1-Estiveste lesionado entre 2006 e 2007, achas que por esse motivo voltaste ao circuito mais forte e com mais vontade de vencer?


Sem dúvida, foram os momentos mais difíceis da minha carreira. A incerteza se poderia voltar a competir fez com que quando voltei quisesse aproveitar todas oportunidades. Ainda hoje, nos momentos mais dificeis, lembro-me dessa época e tudo parece mais fácil de superar.


2-Em 2008 tornaste-te o 3º português a ultrapassar uma 1ª ronda de um Grand Slam ao chegar há 2ª ronda do US Open depois de teres ultrapassado o qualifying e somente teres perdido na 5ª partida diante Fernando verdasco. Como foi esse torneio para ti?

Esse torneio, vou recordar sempre com grande alegria. Pela primeira vez joguei quadro principal dum Grand Slam, um sonho desde pequeno. Foi claramente um torneio que me ajudou a acreditar mais ainda no meu potencial.


3-No ano de 2010 atingiste os Quartos-de-final do Estoril Open e tiveste muito perto de alcançar as Meias-finais. Foi sem dúvida uma edição de sonho para o ténis português. Concordas que a edição do Estoril open 2010 foi bastante importante para o crescimento do ténis português?

Concordo, mas acredito que nao só essa edição foi importante para o ténis português. Desde a primeira até a última com a crise económica instalada em Portugal foram muito importantes para o ténis português. Todos os anos, temos a oportunidade de ver os melhores jogadores do mundo a competir no nosso país, dar oportunidade aos jovens portugueses de competirem em competições que se não fosse o Estoril Open não teriam acesso. A familia do ténis tem de estar muito agradecida ao Joao Lagos, pelo o que tem feito pelo ténis português.


4-No final da temporada de 2010 conseguis-te entrar no top-100 depois de uma série positiva em torneios na América do Sul. Era um marco que já andavas a perseguir há algum tempo, qual foi a sensação de entrar no lote dos 100 melhores jogadores do mundo?

Foi a realização de um sonho. Para quem faz do ténis profissão, o top 100 é uma barreira muito importante. Da entrada nos melhores torneios do mundo. No dia que entrei, lembrei-me daquelas pessoas que acreditaram em mim e que trabalharam comigo durante a minha carreira.


5-No início do ano de 2011 tu e o Bernardo Mota terminaram a parceria que tinham. Agora és treinado pelo André Lopes e com ele já conquistaste 4 títulos Challenger e tens feito a melhor época da tua carreira. Pareces ter acertado "em cheio" com a escolha do André Lopes para teu treinador...

O André tem o perfil de treinador que eu procurava, aquele que eu acreditava que podia potenciar o meu ténis. Estamos os dois muito sincronizados no trabalho. Não nos podemos esquecer que a equipa nao acaba aqui, tenho também desenvolvido um trabalho muito importante com o meu preparador físico, o Paulo Figueiredo.


6-Em Julho deste ano participaste na eliminatória da Taça Davis que opunha a Suiça de Roger Federer a Portugal. Tiveste a oportunidade de defrontar aquele que é por muitos considerado o melhor jogador de todos os tempos (Roger) e ganhar-lhe um set! Como descreves essa partida e a eliminatória em si?

Foi uma eliminatória especial por todo o ambiente vivido na Suiça. Jogar contra o Roger Federer, melhor jogador de todos os tempos representando o meu país foi uma grande responsabilidade. Penso ter passado uma imagem boa de Portugal jogando o meu melhor ténis e de certa forma igualar um encontro que ninguém estava à espera.


7-Há pouco tempo tornaste-te no melhor português de todos os tempos (59º do mundo)! A que se deve este resultado brilhante?

Muito trabalho e muito querer. A vontade é uma palavra que está presente no meu dia a dia.


8-Melhoraste muito a nível técnico e táctico e também a nível físico. Como avalias o trabalho do teu preparador físico, Paulo Figueiredo?

O Paulo foi sem dúvida uma boa escolha. Faz agora um ano que trabalhamos e já parece muito mais. Já treinámos tanto que parece que já trabalhamos ha imenso tempo. Um ano a melhorar, e a acreditar que ainda há muito caminho a percorrer.


9-Achas importante o apoio dos teus familiares, amigos e fãs? É uma motivação para ti?

Quando conquistámos algum objetivo, ganhámos um torneio, senão tiver-mos com quem partilhar não é a mesma coisa. Família e amigos estão sempre presentes no meu dia a dia, e hoje em dia com as novas tecnologias é mais facil manter o contato. Este foi o primeiro ano que tenho uma página de Facebook dedicada aos Fãs e tem sido uma experiência muito positiva. É sem dúvida uma fonte de motivação e só espero que eles continuem a gostar de me ver jogar.


10-És o nº1 do mundo do ranking de Challengers, vais ter a oportunidade de participar na edição nº1 do ATP Challenger Tour Finals! Podes-nos explicar o porquê de não jogares em Hardcourt antes desta prova bastante prestigiada?

É um torneio novo, que nasceu há poucos meses. O calendário não estava bem preparado para receber esta prova em piso rápido e para competir neste piso nesta fase do ano teria de jogar torneios noutros continentes. Nesta fase do ano, já algo desgastados, achamos prioritário conseguir disputar os últimos torneios do ano bem fisicamente.


11-Quais os teus objetivos para 2012? Vais apostar mais em torneios ATP?

Vou completar este ano com 16 torneios Atps e grands Slams e 16 Challengers contando com o Masters de Challengers. Sempre que tive ranking para entrar direto nos torneios e o calendário permitia optei sempre pelos grandes. Á medida que vou melhorando o meu ranking isso será uma transição natural.


12-Já sabes quais são os torneios de preparação para o Australian Open que vais fazer?

Jogarei Doha, Sydney e Australian Open. Depois voltarei a lisboa para treinar mais 3 semanas e irei para America do Sul.

 
 
Espero que tenham gostado, mais uma vez, um obrigado ao Rui!

4 comentários:

  1. parabéns! estou verde de inveja...

    não teria feito melhor =)

    xoxo

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  2. Muito boa entrevista!!

    Força para o Masters Rui!

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  3. A entrevista está boa e é interessante. Parabéns ao Rui e ao criador do blog.
    No entanto, se me permitem uma crítica construtiva, há algo que se está a generalizar de uma forma preocupante e que me irrita profundamente. É o erro ortográfico que reside na aparente dificuldade na utilização correcta do hífen e que decorre, estou convencido, pela excessiva confiança nos correctores ortográficos. Não se escreve "voltas-te", "atingis-te", "conseguis-te" nem "participas-te". Essas palavras, no contexto em que se inserem, não levam hífen.

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  4. mcarvalho agradeço a sua correção!

    Um abraço.

    André Bonjardim

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